Mais de 700 pessoas, suspeitas de integrar organização criminosa com atuação dentro e fora de presídios do Paraná, foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual (MP-PR) entre dezembro de 2015 e fevereiro deste ano. Nesta terça-feira (16), o MP-PR informou que são 31 denúncias criminais - com 778 suspeitos.
As denuncias têm como base a Operação Alexandria, desencadeada em 12 de dezembro, em Curitiba, Região Metropolitana e mais 72 cidades do estado.
Ao todo, foram expedidos 767 mandados de prisão, sendo que aproximadamente 470 são contra pessoas detidas no sistema prisional e que continuavam cometendo crimes.
Entre os presos estava, por exemplo, um advogado que é irmão de um delegado de Paranavaí, no noroeste do Paraná. Segundo as investigações, o advogado entregava mensagens de presos para o restante da quadrilha. De acordo com o MP-PR, há mais um advogado entre os denunciados.
A operação
De acordo com a Polícia Civil, as investigações para esta operação duraram dois anos. Nesse período, foram analisadas mais de 1,7 mil horas de gravações de interceptações telefônicas entre integrantes da facção de doze estados: Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Alagoas, Ceará, Goiás, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Norte. A soma dessas horas totaliza 71 dias seguidos de ligações.
De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (SESP-PR), esta foi a maior operação já realizada no país contra essa facção criminosa.
O nome da ação foi inspirado na Biblioteca Real de Alexandria - uma das maiores bibliotecas do mundo antigo - que existiu até a Idade Média quando foi destruída por um incêndio cujas causas são controversas. Nela continha praticamente todo o saber da Antiguidade.
G1