O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou, nesta quarta-feira (15), que não tem intenção de sacrificar uma cobra, da espécie víbora-verde-de-voguel, entregue na sede do órgão na última sexta-feira (10).
A serpente foi levada voluntariamente após a repercussão do incidente com o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck, de 22 anos, picado por uma cobra naja na semana passada.
Ele é suspeito de tráfico de animais e investigado pela Polícia Civil do DF.
A víbora-verde de-voguel é encontrada na Ásia e está no Zoológico de Brasília. Segundo o órgão, a espécie é perigosa e não há antídoto para o veneno dela no Brasil. Por isso, o Ibama ainda avalia o que fazer com o animal.
À reportagem, o instituto disse que está em contato com o Instituto Butantan, em São Paulo, e com outras instituições de pesquisa para decidir o destino da serpente. Enquanto isso, ela permanece no Zoológico da capital.
O Ibama não divulgou detalhes sobre quem entregou a serpente na semana passada. O animal não estava entre as cobras apreendidas pela Polícia Civil e atribuídas ao estudante Pedro Henrique Krambeck.
Como a entrega foi voluntária, os envolvidos não devem ser penalizados. Segundo o Zoológico de Brasília, "a soltura independente de animais silvestres, sobretudo os exóticos, em áreas da fauna local podem acarretar em um grande desequilíbrio ecológico, além de acidentes graves."
A criação de cobras no Brasil é permitida em situações específicas. O interessado deve solicitar autorização junto ao órgão ambiental do estado, no caso de espécies não venenosas.
De acordo com o Ibama, cobras peçonhentas podem ser criadas apenas com fins comerciais, por instituições farmacêuticas, ou com intuito de conservação, ou seja, quando o animal não pode voltar à natureza por diversos motivos, como ter sido vítima de maus-tratos.
O instituto chama atenção para o risco de ter animais como serpentes, em ambientes inapropriados, tanto para o bicho, quanto para as pessoas.
A entrega voluntária pode ser feita ao Ibama em todas as unidades do país. A população também pode denunciar suspeitas de criação irregular de animais através da "Linha Verde", no telefone 0800-618080. Fonte G1.