No primeiro quadrimestre de 2020, os embarques de carne de frango paranaense acumularam 539 mil toneladas, o que colocou o Estado como responsável por 40,29% do volume exportado pelo Brasil, de acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Apesar dos impactos da pandemia do coronavírus, o agronegócio deve manter sua importância significativa para a balança comercial do Paraná.
Além do aumento das exportações em termos de volume, o Estado também passou a responder por 39,45% da receita cambial do produto.
No mercado externo, a China é o maior comprador da carne de frango paranaense, demanda acentuada por aspectos econômicos e pelo comportamento do mercado interno chinês.
“As exportações aceleraram neste momento, primeiramente, pelo aumento da competitividade no mercado internacional, devido à cotação do dólar que deixou a nossa carne bem mais barata.
Também vemos um aumento da demanda, sobretudo da China, onde o comportamento do consumidor mudou por conta do coronavírus.
O governo chinês proibiu a venda e o consumo de animais exóticos no país, o que acarretou no aumento do consumo de outras carnes, principalmente bovinos, suínos e aves”, comenta o técnico do Departamento Técnico Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR, Luiz Eliezer Ferreira.
Em paralelo, em fevereiro deste ano, o país asiático identificou um surto de gripe aviária (H5N1) em uma propriedade rural na província de Hunan.
Para conter a doença, as autoridades locais abateram mais de 17 mil aves. A China ainda enfrenta os impactos da Peste Suína Africana (PSA), que levou ao abate de milhões de suínos do plantel chinês e alterou a dinâmica do mercado de proteína animal.
Bom ritmo
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, o setor está preparado para atender às exigências do mercado consumidor externo diante deste aumento da demanda.
“O principal tripé que sustenta esses resultados positivos é qualidade, sanidade e quantidade. O acréscimo, tanto no volume de exportações quanto no de produção, acontece porque a avicultura paranaense tem a capacidade de trabalhar exatamente de acordo com a sua demanda, para então projetar a oferta”, destaca.
Futuramente, com o fim da pandemia e acomodação do cenário econômico, segundo Ferreira, a demanda do mercado externo deve retroceder.
Mas, no médio prazo, a mudança de comportamento do consumidor chinês em relação ao consumo de carnes pode permanecer.
Neste cenário, a expectativa é que o Paraná consiga responder por 50% das exportações de carne de frango do país.
“Nos próximos anos, devido à estrutura das agroindústrias, acreditamos ser possível dobrar o volume de exportação para países como a China”, adianta o presidente do Sindiavipar.
Em relação à diversificação de mercados, Martins destaca que a indústria tem se mobilizado para consolidar novas habilitações de plantas exportadoras.
De acordo com o presidente, ainda nos dados do primeiro quadrimestre, é possível ver um acréscimo equilibrado nos envios para países como o Japão e Arábia Saudita, se comparado ao mesmo período do ano passado.
Ainda segundo o dirigente, o reconhecimento do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação, previsto para ser oficializado em maio de 2021, deve contribuir para o aumento da comercialização de produtos paranaenses.
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