Com o surgimento da democracia na Grécia antiga, as decisões mais importantes para o bem da cidade eram tomadas a partir da discussão de propostas trazidas pelos próprios cidadãos.
Eram escolhidas as propostas em que o interlocutor mostrava maior domínio retórico, ou seja, de convencimento e bom uso da linguagem.
François Châtele, filósofo político e professor francês, afirmava que o filósofo é alguém que usa a palavra. Dizia que discutir, argumentar e polemizar, em seu sentido mais positivo, faz parte do jogo intelectual.
Foi a partir dessa perspectiva, que os estudantes da 1ª série e 2ª série do Ensino Médio do Colégio Ellos, participaram do Debate Filosófico proposto pelo professor de Filosofia, Douglas Philip. Tendo escolhido, aleatoriamente, os temas para o debate (Casamento Homo Afetivo, Descriminalização e Legalização da Maconha e Redução da Maioridade Penal), os estudantes foram divididos em três grupos: o primeiro argumentou a favor, o segundo contra e o terceiro ficou responsável por elaborar perguntas para os dois grupos com o objetivo de provocar discussões, encontrar falhas na argumentação e apontar possíveis inconsistências nos dados e referências citadas.
Dos inúmeros objetivos pedagógicos que a atividade buscou alcançar, ressaltamos: posicionar-se em relação a diferentes temas tratados; defender posições fundamentando argumentos com exemplos e informações; reconhecer os argumentos apresentados na defesa de uma posição, avaliando a pertinência dos exemplos e informações que o fundamentam; reconhecer e usar as fases ou etapas da argumentação em um texto ou sequência argumentativa; reconhecer e usar estratégias de organização da argumentação em um texto ou sequência argumentativa. Com atividades assim, acreditamos que os estudantes são levados a não apenas participarem do jogo intelectual, mas, também, a se posicionarem filosoficamente e criticamente diante de questões muitas vezes tratadas sem o menor rigor reflexivo e respeito à opinião contrária.