Há cerca de seis meses pacientes com HIV/Aids no Paraná vivem um drama a mais: a falta do Ritonavir, medicamento importante para a eficiência do coquetel antirretroviral. O fármaco é fornecido apenas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas o governo federal tem cortado sistematicamente as quantidades enviadas, deixando essas pessoas em situação de risco.
No Cedip (Centro Especializado em Doenças Infectoparasitárias), em Cascavel, oeste do Estado, a situação também é grave. Para não deixar os pacientes sem o medicamento, está sendo feito fracionamento. Embora ninguém tenha ficado sem o produto, o medo é constante dos danos que os atrasos possam causar.
Segundo a coordenadora do Cedip, Josana Dranka, está sendo entregue remédio para dez dias em vez de 30 ou 60 dias, à espera de novas remessas. "É uma situação bem delicada, porque põe abaixo todo o trabalho que fizemos até agora", alerta.
Josana explica que a falta do medicamento pode criar uma resistência a ele e todo o tratamento perder a eficácia, comprometendo a qualidade de vida e a própria sobrevivência desses pacientes. "Há seis meses que não recebemos mensalmente a quantidade solicitada. Claro que isso leva a problemas. Falta, fracionamento. Sabemos de cidades em que pacientes ficaram sem o remédio. Aqui estamos administrando, mas causa é uma situação de pânico", acrescenta.
Fonte: AN6