O pediatra descreveu que alguns dos quadros mais comuns são gripe, bronquiolite, resfriado, diarreia e vômitos (gastroenterites virais) e viroses exantemáticas (com erupções na pele). “E não para por aí”, afirmou o Becker. “Com as defesas abaladas, as crianças acabam fazendo complicações: otites, pneumonias, sinusites… A pandemia, o isolamento prolongado, o fechamento das escolas, o uso de máscaras e o distanciamento deixaram os pequenos “destreinados”. E um time com a defesa sem treino acaba tomando muitos gols do adversário depois que o campeonato recomeça. Ainda mais agora, com tudo liberado e quando as máscaras já não são mais usadas”.
O alerta feito pelo pediatra rapidamente viralizou nas redes sociais, foi compartilhado mais de 60 mil vezes e recebeu milhares de comentários, principalmente de pais e mães que estão enfrentando a situação descrita pelo médico. Em entrevista à Crescer, Becker explicou que a ideia da postagem veio depois de criar uma caixa de perguntas no Instagram e receber muitas dúvidas sobre crianças com infecções frequentes nessa época do ano. “Respondi contando o aumento que eu estava vendo no dia a dia de atendimentos e emergências e recebi milhares de respostas”, disse. “Os pais e mães estão exaustos e as crianças perdendo peso, abatidas e faltando às aulas”.
Para combater o problema, o pediatra dá algumas sugestões, entre elas, fazer lavagem nasal com soro morno diariamente com as crianças. “Ela é importante tanto no tratamento de quadros catarrais quanto na prevenção deles”, disse. “Nesse momento, recomendo fazer sempre que a criança voltar da creche/escola”. Além disso, Becker recomenda que as crianças com mais de 2 anos frequentem a escola de máscara para se proteger contra doenças respiratórias, tenham o máximo de tempo possível na natureza e em locais abertos para fortalecerem a imunidade, alimentem-se de muitas frutas e legumes e mantenham a carteirinha de vacinação em dia.
Outra sugestão do pediatra é que as crianças façam uma pausa na creche ou na escola de 2 a 6 semanas se os pais que tiverem a possibilidade de providenciar outros tipos de cuidado para os filhos nesse período. “Isso vale especialmente para as crianças que estão tendo quadros mais graves, que já precisaram ser internadas e para quem tem bebês pequenos em casa. Vejo muito caso de bebês que estão contraindo doenças trazidas pelos irmãozinhos mais velhos que vão a escola. Para as crianças que ainda não começaram na creche sugiro, se for possível, levá-las apenas em agosto ou setembro e ir estimulando o sistema imunológico delas, aos poucos, até lá”’, afirmou.
Fonte: Revista Crescer