Os Alunos do Colégio Ellos de Cafelândia, aprenderam pela disciplina de artes a história e técnicas do Graffiti.
Foram cerca de 6 aulas em função da aplicação do graffiti. "Acredito que os alunos entenderam bem a técnica a ser empregada, embora muitos tem dificuldades de se expressaram. O aluno Vitor, que apresentou uma maior pré-disposição ao desenho e empregou melhor a técnica, porém todos os alunos gostaram bastante dos conteúdos, tanto na teoria quanto na pratica", comenta a professora. Elisangela Furlan.
O termo graffiti tem origem italiana que se refere a rabiscos, inscrições ou desenhos em rochas ou paredes, desde os tempos mais remotos. Mesmo havendo vestígios do emprego dessa técnica desde o Império Romano, o graffiti aparece na contemporaneidade na década de 1960 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil na década de 1970. Inicialmente, como uma marca dos jovens na parede, evoluindo para técnicas de uso de tinta e desenhos.
O graffiti é uma forma de manifestação artística contemporânea, de cunho crítico. Faz parte das Artes Visuais como uma forma de expressão humana, embora diferente daquela maneira habitual de se ver a Arte nas galerias dos museus. Como parte integrante do conteúdo curricular da disciplina de Arte, é trabalhado com o 8º ano do Ensino Fundamental para melhor entender a Arte nos Espaços Urbanos.
Produzido, geralmente, com tinta spray e tinta látex, aplicadas a base, que pode ser um muro ou uma parede a mão livre ou com estêncil (obtida por meio de recorte de papel ou acetato, podendo ser chamado de molde ou máscara). Do qual, pode ser constatado nas imagens produzidas pelos alunos, pois alguns utilizaram a técnica de estêncil, que também podem ser aplicadas à outras superfícies, até em camisetas.
"Sempre explico aos meus alunos o processo de constituição histórico, ressaltando que o graffiti surgiu do desencantamento com a imagem urbana, unido ao desejo de estabelecer outra realidade, mesmo que uma realidade utópica. Em busca de um novo espaço, reinventado, imbricado de comunicação com o outro, numa cultura singular. Além de sempre trazer uma mensagem crítica a condições políticas e sociais intrínseca à obra", comenta a professora que ainda destaca;
"Destaco aos meus alunos que o graffiti é considerado arte porquê têm seus valores estéticos perceptíveis, tais como: criatividade, harmonia, coerência, estilo, inovação, expressividade, significado, entre outros. Em minhas explanações coloco a diferença entre as variações de manifestações artísticas nos espaços públicos, como: Arte Oficial composta de construções arquitetônicas, fachadas, praças, esculturas e painéis, realizado por artistas e arquitetos de renome, realizados em espaços urbanos por governos e por prefeitos; Arte na Rua realizado em espaços públicos por profissionais da Arte, atuam nas ruas, praças, ou locais mais acessíveis às pessoas de modo geral; e Arte de Rua feito por pessoas, que sem conhecimento prévio, realizam algum tipo de intervenção urbana, geralmente ligada ao graffiti, que devido a esta forma de expressão buscam por conhecimento a respeito da técnica. Enfatizo que o graffiti se diferencia de pichação. Graffiti é uma arte baseada em desenhos e imagens, enquanto a pichação é constituída de letras ou palavras, e assim é mais discriminada, mas as duas formas de expressão são criminosas se o artista não obtiver autorização prévia para realizar tal manifestação artística, podendo assim sofrer penalidades", explica Elisangela.
Essa atividade permite aos alunos conhecer as concepções históricas sobre o graffiti e ir além, experimentando as técnicas empregadas na aplicação da tinta sobre o local de destino. "Para isso, é proposto aos alunos expressar por meio de desenho, em estudos prévios, como seria seu graffiti? Diante da realidade política, econômica e social ao qual vivemos, como você expressaria uma mensagem crítica dessa realidade, de um descontentamento dessa realidade? Ou como você gostaria que vivemos na realidade?. Assim, os alunos realizam seus estudos, e num momento posterior fazemos uma análise, do que eles produziram para então aplicara técnica. Em grupo, decidem qual desenho irão aplicar no muro do colégio.
Os alunos ficam muito empolgados, pois é algo diferente que permite experimentar uma técnica, visto por eles até aquele momento, como algo ilegal", finaliza.
Por Jornalista Edison Triches