O produtor rural Paulo Cesar Cunha, que trabalha com 880 hectares entre áreas próprias e arredadas nos municípios de Cafelândia e Nova Aurora, afirma que nos últimos 40 anos que trabalha com a lavoura de da soja, nunca presenciou uma seca tão prolongada e severa como deste ano de 2021.
Segundo ele, as suas áreas e de muitos produtores que foram semeadas com a cultura da soja mais cedo de ciclo precoce no mês de outubro, já perderam 60% da produção.
As áreas semeadas mais tardes no mês de novembro, se não chover em uma semana, a perca também será nestes patamares.
“Se chover em uma semana as lavouras mais tardias ainda produziram bem com apenas 20% de perdas”, afirma o produtor.
Na região de Guaíra por exemplo, onde foi registrado ainda menos precipitações, os produtores já perderam 100% da produção da soja.
“Nas minhas áreas, cerca de 440 hectares onde semeamos mais cedo a soja a perda já registra 60%, e se não chover em menos de uma semana, as áreas mais tardias também vão perder a produção e os prejuízos serão desastrosos para nós produtores e toda a economia da região”, ressalta Paulo.
Ainda segundo ele, as perdas já passam de 42 sacas por hectares e nos valores de hoje da saca da soja, os cálculos são de R$ 7 mil de prejuízos por hectares, onde já perdemos em 440 hectares 60%, somando mais de R$ 2,8 milhões de prejuízos e estes valores podem amentar ainda com a continuidades desta seca.
Estado de Emergência em Cascavel
O Sindicato Rural de Cascavel solicitou ao prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, a assinatura de um decreto de Declaração de Emergência em Cascavel. O motivo: estiagem. As perdas já são consideráveis nas lavouras e o decreto facilita a renegociação de dívidas.
De acordo com o vice-presidente do sindicato e consultor agropecuário, Modesto Daga, o milho na nossa região já está com 70% de quebra de produtividade. “Já a soja, em Cascavel, pelo menos de 20% a 30%. Se não chover nos próximos 15 dias, aí a quebra será gigantesca. Mas os mais afetados são os produtores de leite e gado de corte, pois o pasto não brotou mais”, afirmou.
O documento se inicia contextualizando os problemas, que começaram a se agravar em 2020.
“Em 2020 tivemos uma das mais duradouras estiagens que se tem notícia, prejudicando o abastecimento de água para a agricultura, pastagens, animais e a população rural”.
“No ano de 2021 as dificuldades aumentaram, com as longas estiagens se repetindo, somadas às rigorosas e contínuas geadas, comprometendo as principais culturas, como soja, milho e trigo, e também as pastagens e abastecimento de água. Além disso, nesse final de 2021 sofremos com a falta de chuvas, o que agrava a complexa situação no campo, com desabastecimento de água e perdas significativas nas lavouras de soja e milho no ciclo 2021/2022.
Os problemas se multiplicam, as quebras na agricultura são visíveis, o que irá causar enormes prejuízos aos produtores de grãos, como também na pecuária de leite e corte”, continua o ofício.
Por conta disso, o Sindicato Rural de Cascavel solicitou ao Paranhos decretar estado de emergência no nosso município, para que os produtores rurais consigam renegociar seus compromissos sem comprometer sua capacidade financeira.
“Não é uma situação fácil. No entanto, é a alternativa que temos de proteger um pouco as finanças das famílias do campo. Aqui em Cascavel ainda estamos melhores, mas se você for para outros municípios, como Toledo, Palotina, Medianeira, está muito pior. Acreditamos que o prefeito irá atender nossa reivindicação”, comentou Paulo Orso, presidente do sindicato.
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