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Mãe questiona cultura de fazer as crianças sentarem no colo do Papai Noel e sugere que os pais tenham cautela


29/11/2021

Mãe questiona cultura de fazer as crianças sentarem no colo do Papai Noel e sugere que os pais tenham cautela

O Natal tem muitas tradições. E uma delas é levar as crianças para ver o Papai Noel — uma visita que, geralmente, vem acompanhada daquele clássico registro dos pequenos sentados no colo do bom velhinho. No entanto, uma mãe usou seu Instagram (@depoisquepariduas) para debater esse assunto, que vem se tornando polêmico: "Tu deixaria teu filho sentar no colo de um estranho qualquer? Então, por que que tu deixa o teu filho sentar no colo do Papai Noel?", questionou Isabelli Gonçalves, que é consultora parental. "Sempre achei estranha essa cultura bizarra de fazer a criança sentar no colo do Papai Noel para tirar foto", acrescentou.

A mãe ressalta que o Papai Noel é uma pessoa estranha e, em alguns casos, poderia representar um risco para os pequenos. "Abusadores e pedófilos sempre procuram profissões ou hobbies que vão mantê-los em contato com as crianças, então, tomem cuidado", alertou a consultora. Como alternativa, por segurança, Isabelli sugere que, na hora do clique, os pais coloquem os filhos sentados ao lado do Papai Noel.

A psicóloga Leiliane Rocha, especialista em sexualidade humana e autora do Programa Sexualidade sem Segredos, concorda com esse debate levantado por Isabelli. Em entrevista à CRESCER, ela explica que mesmo que a fantasia do bom velhinho seja conhecida, quem está por trás dela é uma pessoa estranha. "Isso mexe muito com o nosso emocional. Não percebemos o quanto essa atitude é incoerente com as instruções que damos às crianças para não falar e ter contato com desconhecidos", ressalta.

Segundo Rocha, muitos pedófilos podem recorrer a trabalhos esporádicos — como se vestir de Papai Noel — para ter contato com a criança. "Não estou dizendo que todo Papai Noel é abusador, a generalização é injusta", afirma a psicóloga. No entanto, na sua prática clínica, ela conta que já recebeu alguns relatos de crianças que sofreram abusos nessa tradição de Natal, tanto de homens que tiveram ereção enquanto estavam com a criança no colo quanto de outros que chegaram a passar a mão nas partes íntimas dos pequenos.

Por isso, a especialista ressalta a importância de os pais tomarem cuidado e estarem bem atentos nesse encontro com o bom velhinho — e que, de preferência, a criança não se sente no colo dele: "Não imaginamos que um Papai Noel pode ser um abusador. E o que não imaginamos, não olhamos!"

Outro ponto que merece atenção é o de respeitar as vontades da criança e não forçá-la a tirar uma foto com o Papai Noel se ela estiver incomodada com a situação. "Muitas vezes, elas têm medo, porém, são ridicularizadas. Uma pergunta que sempre faço aos pais é: esse desejo é seu ou do seu filho?", pontua a psicóloga. Então, antes de fazer o registro natalino, a recomendação dela é conversar com o filho e perguntar se ele se sente confortável com isso.

O perigo também está em casa

Itamar Gonçalves, gerente de advocacy da Childhood Brasil, instituição que atua no enfrentamento do abuso e da exploração sexual contra crianças e adolescentes, reforça que a supervisão dos responsáveis é fundamental, seja com um conhecido ou desconhecido. Para ele, não haveria problema dos pequenos se sentarem no colo do Papai Noel, desde que houvesse o acompanhamento dos pais.

De acordo com o gerente da organização, os números mostram que os abusos, em grande parte, acontecem no ambiente de convivência dos pequenos — e, muitas vezes, são cometidos por familiares. "Uma pessoa que eles respeitam e têm um sentimento de afeto", explica Gonçalves. Por isso, ele enfatiza que os pais e cuidadores devem estar por perto e vigilantes não só quando a criança estiver no colo do Papai Noel, mas também de um tio ou de qualquer outro parente ou amigo próximo da família.

Outro ponto-chave é trabalhar conceitos de educação sexual já na infância. "Sem informação, as crianças não sabem como pedir ajuda", afirma Gonçalves. Por isso, é essencial que os pais tenham diálogo com os filhos desde cedo, que possam nomear as partes íntimas dos pequenos e conversar com eles, mostrando que são um canal de confiança e de acolhimento. Leiliane Rocha acrescenta a necessidade de explicar para a criança o que é um toque de carinho e o que é abuso, orientando os menores que, se alguém os acaricia de qualquer forma e pede segredo, isso não é certo! "Toque bom todo mundo pode saber", pontua a psicóloga.

Os especialistas também dão outras dicas para a época de festas de fim de ano, em que muitas famílias recebem visitas em casa. A primeira delas é sempre deixar os filhos dormindo no quarto dos pais. Outra é não deixar a criança sozinha — os abusadores procuram sempre momentos como esse, podendo se oferecer para ensinar seu filho a andar de bicicleta ou mesmo para levá-lo em um passeio para o mercado.

E um conselho que vale para qualquer época do ano é, caso você ofereça carona a alguém durante uma viagem — pode ser um parente ou um vizinho —, não deixe o pequeno sozinho com essa pessoa no banco de trás. O recomendado é que um dos responsáveis esteja sempre por perto!

Maneiras de proteger seu filho do abuso infantil

Muitas vezes, os sinais não são aparentes, mas, na correria do dia a dia, acabam passando despercebidos. Por isso, é importante sempre estar alerta para qualquer comportamento diferente ou estranho da criança. Com o intuito de auxiliar os pais a proteger seus filhos, a psicóloga do Hospital Pérola Byington, Daniela Pedroso, dá mais algumas orientações:

1. Se o seu filho reclamar que não gosta de alguém com quem vocês convivam, tente entender o motivo. Muitas vezes, pode não ser apenas uma fantasia.

2. Uma das maneiras de aproximação dos agressores é a internet. Por isso, se o seu filho tem um perfil em alguma rede social ou usa aplicativos de mensagens, não deixe os dados liberados para quem não é amigo, não coloque muitas fotos e fique sempre atento. Se precisar, ative filtros de segurança no computador.

3. Fique sempre por perto quando seu filho estiver navegando e saiba quais são os sites que ele visita. Se for necessário, verifique o histórico com frequência.

4. Fique atento ao comportamento da criança. Mudanças bruscas, apesar de não comprovarem que algo de errado está acontecendo, podem representar fortes indícios. Voltar a fazer xixi na cama, brincadeiras violentas com bonecas, medo de ficar sozinho com adultos, comportamento mais “sexualizado” e problemas na escola podem ser alguns sinais.

5. Acredite no seu filho se ele disser que está sendo vítima de abuso. Criar uma relação de confiança é fundamental.

Denuncie!
Se souber de algum caso de abuso sexual infantil, denuncie pelo Disque 100.

Fonte: Revista Crescer

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