Em 2017, meu único filho sofreu suicídio: Palestrante que passou por trágico momento fala sobre ressignificação da vida na Copacol

Atribuir um novo significado a algo ou alguém: essa é uma descrição simples da ressignificação, palavra que se tornou comum desde a pandemia do Coronavírus. Diante da transformação ocasionada no mundo todo, a ação tornou-se necessária, seja com a família, com os amigos ou com o trabalho.

A pedagoga Marileni Morini passou por um trágico momento que exigiu uma nova forma de enxergar o mundo. Em 2017, o único filho sofreu suicídio, aos 18 anos.

“Eu perdi o chão. Precisei me apegar em Deus, minha família e amigos para que pudesse continuar. O luto nos impõe novas formas de ser, de enxergar novas oportunidades, principalmente as espirituais que conforta e alivia os sentimentos de desamparo. Eu e meu esposo tivemos que ressignificar, transformar nossa tristeza em aprendizado, lidar com ausência do nosso filho e voltar a sonhar”.

A dor se transformou em ensinamentos compartilhados em palestras com profissionais de diferentes áreas de atuação, inclusive com 200 integrantes dos Grupos Femininos da Copacol, que participaram da live “O amor que tudo supera”.

Marileni foi colaboradora da Cooperativa por 16 anos. A perda do filho ocorreu justamente quando ela se dedicaria a projetos pessoais. A pedagoga já estava com uma nova rotina de afazeres, com outros propósitos. Ainda sofrendo o luto, Marileni decidiu que precisava se manter firme, inclusive ajudando outras pessoas que enfrentavam a mesma situação emocional.

“Nosso filho deixou uma carta pedindo que tentássemos ser felizes, apesar de tudo. Buscamos entender o que aconteceu, aprender sobre esse processo de luto e ajudar as pessoas a evitar esse tipo de tragédia ou que passaram por isso. Mudamos nossos pensamentos, nossas atitudes e passamos a dar valor em momentos que realmente são importantes”, enaltece.

Ver a vida de outras formas em momentos como este não é uma tarefa fácil. Além do luto de entes queridos, a pandemia também causou outros impactos sociais e econômicos: afastamentos dos amigos e familiares, mudanças de empregos e até de hábitos saudáveis. Por isso, neste momento em que tivemos progressos na imunização, com redução de casos da doença, precisamos aprender mais sobre a ressignificação.

“Estamos vivendo esse novo momento em que devemos criar novos valores e significados. Tudo mudou e é fundamental obter uma lição de tudo: o que podemos melhorar para nosso próximo? De que maneira podemos tornar cada momento ainda mais especial? São aprendizados praticados daqui em diante”, afirma a assessora de Cooperativismo, Elizete Lunelli Dal Molin.