Os agentes políticos que exercem atividades na Administração municipal não têm, como regra, formação técnica específica. Não que isso seja um problema, mas ele pode ter consequências para a vida inteira do agente, principalmente financeira.
É natural que os agentes que executam atividades na Prefeitura Municipal e na Câmara de Vereadores sejam políticos e não técnicos. Isso, entretanto, perante a lei e perante as estruturas do controle, não minimiza as responsabilidades. Na medida em que tomam decisões, praticam atos administrativos e ordenam despesas, atraem para si uma gama enorme de dispositivos legais, que começam na Lei de Responsabilidade Fiscal, passam pela Lei das Licitações e Contratos, avançam pela Lei da Improbidade Administrativa e não raramente acabam no Código Penal, nos chamados crimes contra a Administração Pública.
Não é por acaso que existe um grande número de agentes públicos que respondem processos. De acordo com levantamento realizado no ano de 2000 pelo Centro Brasileiro de Formação Política, 75% dos prefeitos estavam, de alguma forma, sendo responsabilizados. Hoje, esse número já certamente é amplamente maior.
Por conta disso, além do preparo dos agentes, eles precisam estar bem assessorados. O serviço de assessoria é fundamental para quem exerce função pública. Especialmente o serviço jurídico deve ser um braço de apoio do político responsável. Politizar o espaço técnico é um erro que já foi diversas vezes comprovado.
É preciso escolher alguém, tanto na campanha como durante a atividade legislativa ou executiva, que tenha experiência e sabia guiar os trabalhos para evitar problemas no futuro. Na região Oeste do Paraná, um dos profissionais mais capacitados para tanto é Marcos Boschirolli, sócio sênior do Grupo BGO - Boschirolli, Gallio e Oliveira Advogados Associados. Especialista em Direito Eleitoral e atuante em diversas campanhas, Marcos afirma que apesar de muitos não imaginarem, o ato de governar é complexo diante das inúmeras leis que regem o poder público e os atos administrativos. "Muitas dessas leis reduzem a agilidade que o gestor pretende implementar à sua administração, mas nem por isso podem ser descumpridas. Então uma assessoria dá suporte para encontrar o melhor e mais rápido caminho para as realizações que o governante pretende implementar, isso sem ferir nenhuma regra".
Além disso, Boschirolli explica que eventualmente um gestor pode agir dentro da lei e mesmo assim ser alvo de uma ação civil pública por improbidade administrativa. "Aí a assessoria entra para demonstrar ao juiz que a visão dos acusadores está equivocada e aponta as razões".
No entanto, Boschirolli acredita que, infelizmente, no período atual, está havendo um exagero de investigações pirotécnicas que ou não apuram nada, mas mancham a honra do investigado, ou reúnem tão pouco material que não seria suficiente para gerar uma ação. "Mesmo assim, as ações tem sido protocoladas, ficando com o judiciário a necessidade de se desgastar perante a opinião pública ao não dar seguimento a esse tipo de demanda".