O transtorno bipolar é uma condição mental que leva à oscilação entre períodos de depressão e períodos de euforia (classificada em mania ou hipomania). É um distúrbio crônico, que tem fatores genéticos entre as causas e que precisa ser acompanhado de forma contínua.
Essa alteração de humor é provocada pelo desequilíbrio de neurotransmissores no cérebro: na fase eufórica, aumenta a liberação de dopamina e glutamato (estimulantes naturais que aceleram o sistema nervoso); enquanto na fase depressiva, essa liberação é reduzida, resultando em perda de energia.
Mas, atenção: nem toda oscilação de humor é transtorno bipolar. Afinal, é totalmente razoável que humores e emoções se alterem ao longo do dia ou em períodos curtos. Isso pode ocorrer por fatores pontuais, como brigas, atrasos, luto, ou mesmo por alterações fisiológicas (sono, fome e, no caso das mulheres, tensão pré-menstrual).
Para evitar confusões, vamos entender melhor como esse distúrbio se apresenta:
Conhecer os quadros de depressão e euforia é fundamental para perceber os sinais de que a pessoa pode estar precisando de ajuda.
Depressão: na fase depressiva, a pessoa apresenta desinteresse por atividades que antes gostava, sente falta de energia e de vontade de viver, apatia, fica com o raciocínio lento, frustração, culpa, não vê sentido para a vida e passa a ter ideias suicidas.
Segundo estimativa da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), o transtorno bipolar é a doença que mais provoca suicídios. Ameaças no sentido de tirar a própria vida não podem ser ignoradas.
Mania: euforia exuberante, menor necessidade de sono, pensamento acelerado, autoconfiança e otimismo extremos, sentimento de poder, superioridade, riqueza, aumento da libido, irritabilidade. O período pode levar a comportamentos perigosos com consequências para o paciente e para as pessoas ao redor, como direção arriscada, agressividade, gastos descontrolados, reações impulsivas, excessos, relações sexuais desprotegidas e, em casos mais graves, delírios e alucinações.
Hipomania: versão mais leve da mania, em que a pessoa se apresenta mais falante e ativa, mas também mais impaciente e “obcecada” do que o seu habitual. Para efeitos de diagnóstico, é preciso descartar que seja confundida com a ação de antidepressivos.
O padrão de repetições e duração das crises do transtorno bipolar varia muito. Os episódios maníacos geralmente começam abruptamente e continuam por duas semanas, podendo permanecer por até quatro a cinco meses. Já os episódios depressivos tendem a durar mais tempo, em média 6 meses, raramente mais de um ano.
Considerando a forma como os sintomas se manifestam, o transtorno bipolar pode ser classificado em dois tipos principais:
Transtorno bipolar tipo 1: alternância entre depressão e mania (euforia excessiva), semelhante ao descrito no exemplo de abertura deste texto. Mais raro, mas facilmente identificável.
Transtorno bipolar tipo 2: alternância entre depressão e hipomania. É o tipo mais comum e mais difícil de diagnosticar, já que as fases de hipomania são menos marcantes que as da mania.
Apesar de testes de internet sugerirem diagnóstico de bipolaridade em 3 minutos, ainda não existe no mercado um exame que detecte o transtorno com precisão.
Na análise clínica, os médicos costumam ouvir os relatos e o histórico do próprio paciente, de familiares e de amigos. O processo até chegar ao diagnóstico correto sobre transtorno bipolar pode levar mais de 10 anos. Isso porque o transtorno é facilmente confundido com outros problemas de saúde mental como esquizofrenia, pânico, depressão profunda, entre outros.
Apesar de não ter cura, o transtorno bipolar pode ser controlado com uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças de hábitos para uma rotina saudável. Porém, é possível que haja novas crises e medicações precisem de ajustes. Nesse momento, a empatia e o apoio de familiares e amigos se torna fundamental.
Confira 10 dicas para ajudar uma pessoa com transtorno bipolar
Por fim, é importante lembrar: como em todos os problemas de saúde mental, a pessoa não escolhe ter o transtorno bipolar. A imprevisibilidade e a insegurança sobre seus próprios sentimentos e percepções e as consequências de ações em momentos de crise costumam ser fonte de angústia constante e culpabilizar a pessoa não melhora a situação.
Se ela puder contar com o apoio das pessoas que a amam, junto ao tratamento médico, é possível estabilizar o humor e levar uma vida normal.
Fonte: Unimed
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