O verão foi marcado por chuvas acima da média. O El Niño, fenômeno climático responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, gerou muitos transtornos aos agricultores paranaenses nos últimos quatro meses. Com a mudança de estação, especialistas acreditam que o El Niño vai enfraquecer. No entanto, o outono será marcado pelo frio intenso e geadas.
Preocupado, o agricultor Willem Bouwman não deixa de calcular. A safra da soja, em novembro de 2015, atrasou devido ao excesso de chuva, e como consequência a semeadura só ocorreu vinte dias depois do previsto. Não bastesse isso, os índices de produtividade apontaram queda de 15% a 20% da produtividade, em comparação com a safra anterior. Com a entrada da nova estação, o agricultor não esconde a preocupação.
"Estou preocupado por três fatores. Houve atraso no plantio, foi um ano muito difícil para controlarmos a ferrugem, doença que dizima a cultura em um período muito curto, e como último fator aponto a perda da qualidade do grão da soja", relata Bouwman.
A estação será marcada por dias nublados e muita umidade. "Estamos vindo de dois invernos, duas safras de inverno, onde tínhamos cenário de El Niño sem tanta presença do frio, de ocorrências de geadas. Alertamos os produtores sobre a volta do frio e, sobre a possibilidade de ocorrência de mais geadas nessa safra", explica o agrometeorologista José Prestes Neto.
Para o agrometeorologista, os produtores devem programar as culturas de inverno, como aveia e trigo, conforme o plano de zoneamento agrícola do Ministério da Agricultura. O programa prevê datas específicas para a semeadura já considerando as condições climáticas.
"Acreditamos que esse ano o produtor não terá tanta dificuldade em controlar doenças e também na colheita. Ano passado os produtores sofreram na colheita do trigo devido ao excesso de chuva no período. Este ano, a colheita deve ser mais tranquila com a neutralidade do El Niño", diz.
Além disso, os agricultores continuam contando com uma 'santa' ajuda. "O agricultor precisa fazer a sua parte, o resto depende do clima. Esperamos que em 2016 tenhamos um ano mais normal", comenta o produtor Willem Bouwman.
Fonte: G1